Monday, January 28, 2013

ERA UMA VEZ... O Misterioso Sr. Tristão


Era uma vez um senhor muito sério e com cara de poucos amigos. O Sr. Tristão, assim era o seu nome,  era olhado com grande suspeita e curiosidade por todos os meninos da rua. Cada vez que ele passava, sempre olhando o chão, os rapazes paravam de jogar à bola e faziam silêncio. O chapéu cinzento triste e as mãos grandes e ásperas chamavam a atenção:
- Tem sempre a cara tapada com aquele chapéu. Nunca lhe consigo ver os olhos...
- E as mãos? Já viste as mãos? O que faz ele para ter as mãos sempre com pensos rápidos?
- Coisa boa não é...
Quando davam por isso, já o Sr, Tristão tinha desaparecido a passos largos e dobrado a esquina para parte incerta.
Foi numa tarde tristonha de Inverno, quando a bola foi parar para lá do portão de grades ferrugentas, que o  Jaime  descobriu o mistério. Quando procurava pela bola, uma porta entreaberta atraiu-o e eis que viu o vulto do Sr. Tristão. Hesitou em fugir mas a curiosidade foi mais forte. O coração do Jaime palpitava cada vez mais forte, tum-tum, tum-tum, mas ao espreitar pela porta sentiu uma grande desilusão. 
Óooo... Eu que achava que ele era um bandido perigoso e afinal arranja candeeiros...



Friday, January 18, 2013

ERA UMA VEZ... O Corvo Pensador


Era uma vez um pássaro que era um Corvo-Marinho. Ora normalmente o corvo-marinho gosta muito de mergulhar na água, lá do alto de forma a avistar bem os peixes que quer pescar. Mas o corvo desta história passava os dias a pensar no cimo de uma grua à beira-mar e não queria nem pensar em mergulhos. Pensava na sorte dos pescadores que não tinham de mergulhar para encontrar o almoço, pensava para onde iria todo aquele peixe transportado nas traineiras e pensava na sorte dos gatos a quem sempre se atirava uma sardinha ou duas ali perto, no porto. Os seus irmãos, pelo contrário, divertiam-se a mergulhar, engordavam a pescar e recolhiam ao ninho muito bem-dispostos. A dada altura,  o pai do Corvo-Marinho começou a ficar preocupado pois via o seu filho mais novo cada vez mais magro e pensador:
-Meu filho, tens de pensar menos e mergulhar mais. Como é que te vais alimentar?
Num dia de muita fome e de muito pensar, o corvo-marinho lembrou-se do Gato Mateus e das varinas da Madragoa. Quando o gato se enrolava nas pernas delas, havia sempre uma que caía juntamente com a cesta do peixe. Essa era a altura ideal para apanhar o peixe do dia, e sem ter de mergulhar! E foi assim que o Corvo-Marinho, que deixou de ser marinho, nunca mais pôs as patas no mar e começou a engordar.

Tuesday, January 8, 2013

ERA UMA VEZ... O Beijo



Era uma vez um menino muito bonito mas muito envergonhado. Esse menino, que se chamava Manuel, andava sempre sózinho no recreio da escola e ninguém percebia porquê. Todas as raparigas tentavam meter conversa com ele mas o Manuel conseguia sempre escapar. Era grande motivo de conversa das meninas nos intervalos das aulas. A Marta ficava sempre muito vermelha quando se falava dele pois, secretamente, estava perdidamente apaixonada pelo Manuel.

Um dia quando passeava à beira rio, o Manuel foi ter com ela.
- Queres ser minha amiga? Perguntou o Manuel.
A Marta sem acreditar no que ouvia, disse a medo que sim. Mas quando o Manuel lhe foi dar um beijinho, a Marta não faz mais nada e tira do bolso o seu telemóvel. Ouve-se um clic e tira uma fotografia.
- Se eu contar às minhas amigas que tu agora és meu amigo elas nunca vão acreditar...