Thursday, November 29, 2012

ERA UMA VEZ... A Rosa Maria e o Cor de Rosa



Era uma vez uma menina cuja cor preferida era o cor de rosa, ou não se chamasse ela Rosa Maria.

A Rosa Maria procurava a cor do seu nome em todo o lado: nas roupas que vestia, nos livros que lia, nos brinquedos com que brincava e até nas coisas que comia.
- Rosa Maria, tens direito a duas bolas de gelado. Que sabores queres? Perguntava a mãe da Rosa já sabendo a resposta:
- Mmmm, acho que vou escolher morango e framboesa. São os gelados da minha cor preferida!
Mesmo as amigas da Rosa Maria que também gostavam de cor de rosa, tinham dificuldade em distinguir os brinquedos da amiga cada vez que iam lá a casa e entravam no seu quarto. A cama era cor de rosa bébé, as cortinas eram cor de rosa shocking, o tapete era cor de rosa velho, a mesa era cor de rosa fuchsia, as estantes eram cor de rosa clarinho... e por aí fora.
Um dia, ao acordar, a Rosa Maria ficou horrorizada. Quando foi pentear o seu lindo e comprido cabelo louro, este tinha-se transformado em cor de rosa.
Depois desse dia, e de muito ter sido olhada e comentada na escola, a Rosa Maria nunca mais quis saber da cor rosa – só mesmo o Rosa do seu nome, que desse não se podia livrar.

Thursday, November 22, 2012

ERA UMA VEZ... As Duas Vizinhas



Era uma vez duas vizinhas que gostavam muito de conversar.  A Sra. Joaquina saía todos os dias de manhã para comprar o jornal para o  seu marido. Era, então, na esquina da padaria do bairro que se encontrava com a Sra. Graciete, que já vinha aviada com 6 papos-secos para o pequeno-almoço.

- Ontem experimentei chá de gengibre, ao que parece é muito bom para as constipações...
- Pois ontem, imagina, estive duas horas à espera do meu neto que ficou de vir varrer-me o pátio...
- E olha, por falar em constipações, a Narcisa ficou doente...
- Ah deve ter sido daquela rabanada de vento, que por sorte me varreu o pátio...
E tudo era pretexto para continuar a conversa.
Naquela manhã, quando o Sr. Horácio foi ler o jornal as palavras tinham desaparecido das páginas:
- Tens tanta ganância de falar que até as palavras do meu jornal comes! Amanhã vou eu comprar o jornal.

Monday, November 12, 2012

ERA UMA VEZ... A Luísa da Juba de Leão


Era uma vez uma menina chamada Luísa da Juba de Leão. Assim era chamada por causa do seu cabelo forte e encaracolado que, para além de ser muito denso, tinha uma cor muito especial – era cor de laranja. Mas apesar de ser muito original, a Luísa não gostava nada do seu cabelo, tão pouco de ser chamada de juba de leão. Todos os dias refilava que não conseguia penteá-lo - não havia pente nem dedos que ali entrassem - e todos os dias se irritava com os colegas da escola por não a chamarem pelo nome verdadeiro.
Certa vez, furiosa, virou-se para os colegas: - Se eu sou a juba de leão, e o leão é o rei da selva, isso faz de mim a rainha da sala. A partir de agora, sou eu que mando e vocês têm de fazer tudo o que eu disser. A não ser que deixem de me chamar juba de leão...
A partir desse dia, nunca mais se ouviu falar da juba de leão!

Thursday, November 8, 2012

ERA UMA VEZ... O sono da sorte


Era uma vez um  menino chamado Afonso. O Afonso gostava muito de jogar à bola mas do que ele gostava muito, mas mesmo muito, era de dormir.

Um dia a mãe chamou-o e disse-lhe: - Afonso, a tua avó pediu que fosses ajudá-la a varrer as folhas do pátio. A seguir podes ficar lá a jogar à bola.
O Afonso pôs-se ao caminho, entusiasmado com a ideia de poder jogar futebol. Fez o percurso do costume, mas para chegar mais rapidamente, decidiu fazer corta-mato pelo jardim. Eis senão que ao passar por um radioso campo de narcisos, os olhos começam a pesar, a boca desata a bocejar e em 10 segundos já estava o Afonso a dormitar junto das flores. E foi a sua sorte! Nesse fim de tarde, houve uma rabanada de vento que levou tudo pelo ar, inclusivamente as folhas do pátio da avó . E embora atrasado pela sesta que fizera, o Afonso ainda conseguiu jogar à bola no pátio limpinho de folhas!

Friday, November 2, 2012

ERA UMA VEZ... O Senhor Pessoa





Era uma vez um senhor que se chamava Pessoa. O Senhor Pessoa vivia atormentado com o seu nome. A cada esquina que passava, o seu nome confundia-se nas conversas entre as pessoas e, ainda por cima, logo com ele que não gostava muito de se misturar entre as pessoas... Mas as pessoas achavam-no muito curioso pelas rimas que fazia: - Ai que prazer não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer!...

Um belo dia, sentado a ver passar as pessoas, teve uma ideia: -  Vou inventar novos nomes para mim e assim vão deixar de me chatear.
E foi assim que o Senhor Pessoa passou a ser também o Álvaro, o Ricardo e o Alberto e, conforme o dia em que estava,  fazia rimas diferentes:
- Nem sempre sou igual no que digo e escrevo. Bom dia, hoje sou o Alberto.