Era uma vez a Maria do Céu. Se havia coisa que a
Maria do Céu gostava de fazer era de trepar às árvores. Não havia tronco que
fosse difícil de subir, não havia alturas que a fizessem hesitar para mais uma
escalada arriscada. As árvores a que mais gostava de subir eram as que davam
frutos, especialmente as cerejeiras. A Maria do Céu adorava cerejas! Desafiava
o Jorge, do quintal do lado, e lá
iam os dois comer as apetitosas bolas vermelhas até não mais parar:
- A minha mãe diz que as conversas são como as
cerejas!...
E ficavam horas a rir e a conversar até ao sol se
pôr.
Mas houve um dia que a Maria do Céu não regressou.
Não era a época das cerejas e o Jorge não sabia dela.
- Onde árvore anda aquela rapariga? Interrogou-se a
mãe.
A Maria do Céu estava adormecida de cansaço na
árvore mais alta do parque. Não conseguira descer...
- Eu avisei-te Maria do Céu! Àquela não!!!!
- Mas eu tinha de subir... Para o que é que
me chamaram Maria do Céu?