Friday, October 26, 2012

ERA UMA VEZ... As Três Graças



Era uma vez três amigas. A Maria da Graça, a Graça Maria e a Gracinha andavam sempre juntas para todo o lado, embora fossem muito diferentes umas das outras. Uma gostava de bonecas, outra gostava de fazer puzzles e a outra gostava de jogar à bola. Uma gostava de gelado de morango, outra gostava de gelatina de ananás e a outra gostava de pudim de baunilha. Se uma pintava azul, outra riscava amarelo e a outra borrava com verde.

Por estarem sempre unidas mas por gostarem de coisas diferentes, muitas vezes havia discussão: uma deitava a língua de fora, outra fazia caretas e a outra virava as costas... e lá iam, cada uma para seu lado. A verdade é que ao fim de cinco minutos, pensavam: 
– Assim não tem graça!...
E fartas de estarem sózinhas, reencontravam-se e recomeçavam tudo outra vez!

Wednesday, October 17, 2012

ERA UMA VEZ... A Cinderela e as Botas




Era uma vez uma menina chamada Cinderela. A Cinderela vivia com as suas irmãs, Drizela e Anastácia, que a tratavam de uma forma muito injusta. Em casa, a Cinderela como menina generosa que era, dava tudo por tudo, trabalhava dia após dia e arrumava a casa de cima a baixo - mas as irmãs ainda lhe pediam mais coisas para fazer.

Um dia, já muito cansada de todo aquele esforço, a Cinderela resolveu pendurar lá bem alto as botas novas das irmãs que, cheias de pressa e atrasadas para sairem para uma festa, gritaram: 
- Cinderelaaaaaaa, as nossas botas novas?
E a Cinderela olhando para o alto: 
- Estão ali, muito bem arrumadas, tal qual pediram!

Monday, October 15, 2012

ERA UMA VEZ... Tanta Luz!


Era uma vez um quarto tão escuro, tão escuro que o Pedro tinha medo de ter sonhos maus e, portanto, não conseguia adormecer.

Uma noite, o pai do Pedro quis resolver o problema e então acendeu no quarto todas as luzes possíveis e imaginárias: o candeeiro da avó Zulmira, o candeeiro da antiga dona da casa, o lustre de cristal deixado de herança à mãe Cesaltina, o par de candeeiros de latão encontrados na rua e o candeeiro arte-nova que recebera de presente de casamento.
Já era noite dentro,  quando o Pedro foi ter com o pai com os olhos muito vermelhos e cheios de olheiras: - Pai, não consigo dormir com tanta luz que há no quarto.
Uma a uma, foram apagando as luzes até o quarto ficar completamente escuro – e eis que o Pedro conseguiu finalmente adormecer.



Friday, October 12, 2012

ERA UMA VEZ... Um prato tão bonito, tão bonito...


Era uma vez uma menina que não gostava de comer. Todos os dias a mãe da Sofia inventava uma receita para conquistar o apetite dela... Mas em vão. A Sofia serrava a boca, revirava os olhos, cruzava os braços e teimava em não comer!
Um dia a mãe lembrou-se: 
- Vou fazer um prato tão bonito, tão bonito que ela não vai resistir. Durante a tarde, a mãe da Sofia fechou-se na cozinha para preparar a sua obra de arte. Do lado de fora ouvia-se a Sofia: 
- Ai mãe mas que cheirinho tão bom...
Quando foram para a mesa e a Sofia continuava de boca serrada, a mãe não queria acreditar.
- Oh mãe este prato é tão bonito, tão bonito, tão bonito que eu muita tenho pena de o estragar!!!


Monday, October 8, 2012

ERA UMA VEZ... O Rato Gaspar e o Alguidar



Era uma vez um rato chamado Gaspar. O rato Gaspar era muito afoito e era o rato mais rápido lá do lugar. Todos ficavam muito impressionados pelas acrobacias que fazia e com os sítios a que o Gaspar conseguia chegar.

Um dia, para chamar a atenção da Carochinha, o rato Gaspar pôs-se a correr à roda do alguidar de lavar a roupa da Sra. Esperança. Deu tantas voltas e tão rápidas que caiu no alguidar. Foi a sorte dele. A Sra. Esperança que estava por perto e precisou do alguidar, despejou-o enojada: 
- Rataria!...
Mas apesar da façanha e da sorte que teve, a Carochinha foi casar com o João Ratão que, um dia mais tarde, caiu no caldeirão.

Thursday, October 4, 2012

ERA UMA VEZ... A Nossa Senhora, o Santo António de Lisboa e o Menino de Borracha

Era uma vez uma um Menino de borracha, um Santo António de Lisboa e uma Nossa Sra. de Fátima. Os três eram muito amigos mas todos os dias discutiam para ver quem ficava com o melhor lugar para ouvir os desejos, segredos e confissões das senhoras que ali se ajoelhavam.
Um dia a Senhora Narcisa ficou farta e decidiu:
- Tu, Santo António, que és o homem da casa, vais ficar na retaguarda. Tu Menino, és pequenino, vais ficar aí na frente para poderes olhar para todos. E Tu Nossa Senhora, que és a altiva cá do sítio, vais ficar de sentinela.
A partir daí nunca mais houve discussão!

Monday, October 1, 2012

ERA UMA VEZ... A Velha Esperança

Era uma vez uma velhinha chamada Esperança. A Esperança vivia a sua vida a lavar a roupa. Era magrinha e curvadinha mas lavava a roupa com grande vigor. Apesar das dores que a sua corcunda lhe fazia, todos os dias batia de porta em porta: 
- Quem quer roupa lavadinha e a cheirar a Esperança?!!!

- Olha, olha, lá vem esta falar de esperança... Gritava, azeda, a vizinha do 1º esquerdo.

Um dia a velha Esperança estava a lavar as calças encardidas do Sr. Horácio, o pintor do rés-do-chão direito, quando lhe escorrega o sabão das mãos. Muito curvadinha, aventura a mão pela água turva do tanque e eis que em vez de encontrar o sabão, trás à tona da água um reluzente anel de ouro e brilhantes.
Pois a partir daí nunca mais se ouviu a vizinha azeda do 1º andar.